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3ª Reunião de parceiros HOORAY

Celebrando o legado desportivo e a consciencialização para a saúde mental com o atleta olímpico António Bessone Basto em Lisboa durante a nossa 3ª reunião de parceiros HOORAY A terceira reunião do projeto HOORAY teve lugar por ocasião da Semana Europeia do Desporto, de 26 a 27 de setembro de 2024, em Lisboa. A reunião foi organizada pelo Sport Alges e Dafundo.

Forma discutidos os resultados do projeto: Compêndio de melhores práticas, estrutura de autoavaliação e orientações  finalizadas para clubes e treinadores.

Os resultados foram revistos e os parceiros chegaram a acordo sobre um plano de divulgação comum.

Durante o encontro, os sócios encontraram-se ainda e falaram com o presidente do Sport Algés e Dafundo o antigo atleta olímpico António Bessone Basto.

 

António Bessone Basto começou a nadar aos três anos, alcançou o seu primeiro grande feito aos oito, ao atravessar a nado o rio Tejo.

Ganhou destaque na década de 60, dominando a natação portuguesa. António estabeleceu numerosos recordes nacionais e representou Portugal em competições internacionais, incluindo o Campeonato da Europa de 1961, em Leipzig, e os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964.

As prestações desportivas não se limitaram à natação. Destacou-se em outras modalidades, como andebol, pesca submarina, judo, o karaté, basquetebol, ténis, ténis de mesa e rugby.

Enquanto guarda-redes de andebol do Sporting Clube de Portugal, Bessone Basto ajudou a garantir cinco campeonatos nacionais consecutivos.

Na pesca submarina, foi multicampeão nacional e alcançou pódios em provas europeias e mundiais.

Com as prestações que teve nas diversas modalidades que praticou conquistou  mais de 1.500 medalhas e troféus.

 

Com uma carreira tão longa e cheia de êxitos em várias modalidades, o que considera ser o segredo da sua longevidade no desporto?

Ter nascido quase morto cheio de sequelas, sendo as principais a dislexia e a parte motora. Consegui com a ajuda do desporto tornar-me uma pessoa normal. Foi uma grande vitória numa época em que ninguém sabia nada sobre as dislexias.

Tendo sido um dos atletas mais ecléticos de Portugal, competindo em tantas modalidades diferentes, como conseguiu gerir o equilíbrio entre a dedicação e o treino em cada uma delas?

Como não conseguia estudar devido ao problema mental que tinha, agarrei-me ao desporto. Treinava por dia 4 a 5 vezes mais que uma criança da minha idade. Aos 8 anos atravessei o Tejo a nado. Uma distância de 3 km, uma coisa impensável para a época com temperaturas muito baixas sem fato e sem máscara.


Qual foi o maior desafio que enfrentou ao longo da sua carreira? E como conseguiu superá-lo?

O maior desafio foi ter conseguido mostrar aos meus pais, e à sociedade, que não acreditava na minha recuperação que um dia eu ia conseguia ser uma criança normal.  Mas trabalhei tanto que consegui ser campeão no desporto, e na minha vida profissional, sendo o melhor em tudo aquilo em que me meti.


Ao olhar para trás, em toda a sua jornada, qual foi o momento mais marcante da sua carreira desportiva? E o que ainda o motiva a manter-se tão envolvido no desporto?

Ao olhar para trás sinto que fiz o meu sucesso pelo caminho mais longo, nunca tomei substâncias proibidas. Ser educado por um Japonês chamado Shintaro Yokochi ajudou-me a ter uma mente forte que ainda hoje me permite criar projetos a longo prazo. Resta dizer que tenho 79 anos .


A Interseção entre a Carreira Desportiva e a Saúde Mental Ao longo da sua longa carreira, quais foram os maiores desafios que enfrentou no campo da saúde mental? E como conseguiu superá-los?

Era revoltado por não conseguir ser como as outras crianças. Aos poucos comecei a perceber que se repetisse as coisas muitas vezes, apesar de ser um rapaz diferente, conseguia ser igual a eles.


Acredita que o apoio psicológico e o trabalho em saúde mental são fundamentais para o sucesso e longevidade de um atleta? Como podemos melhorar esse apoio nos clubes e federações?

Nas minhas épocas nem sequer se falava em saúde mental. Hoje um atleta sem apoio à sua saúde mental não aguenta a pressão que passa nos treinos diários e na competição.


Como Presidente do Sport Algés e Dafundo, que papel vê para as instituições desportivas no apoio à saúde mental dos atletas?

Como antigo Atleta olímpico, presidente do Sport Algés e Dafundo e pela experiência que granjeei posso afirmar que clubes, treinadores, pais e familiares sem um bom apoio á saúde mental corremos o risco de muitos atletas no fim das carreiras desportivas degenerarem e até os levar ao suicido. Já aconteceu!


Que conselhos daria a atletas que enfrentam hoje desafios de saúde mental, especialmente aqueles que aspiram a ter uma carreira longa e diversificada como a sua?

A saúde mental é fundamental em qualquer ser humano mas, no desporto de competição, sem ela é impossível alcançar os objetivos a que nos propomos. O meu conselho é que  recorram sempre a um bom profissional desta área.

 

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Celebrating Sports Legacy and Mental Health Awareness with Olympian António Bessone Basto in Lisbon during our 3rd HOORAY partners meeting HOORAY’s third project meeting took place on the occasion of the European Week of Sport, on 26-27 September 2024, in Lisbon, Portugal.

The meeting was hosted by the project partner - Sport Alges e Dafundo.

The partners discussed the project’s results that have been submitted before; Compendium of best practices, self review framework and the recently finalised guidelines for clubs and coaches. The outcomes were reviewed and the partners agreed on a common dissemination plan.

During the meeting, the partners also met and spoke to the President of Sport Algés e Dafundo and an Olympian António Bessone Basto.

 

António Bessone Basto began swimming at the age of three and made his first major achievement at eight by swimming across the Tagus River.

He rose to prominence in the 1960s, dominating Portuguese swimming.

António set numerous national records and represented Portugal in international competitions, including the 1961 European Championships in Leipzig and the 1964 Tokyo Olympics.

His athletic prowess, however, was not limited to swimming; he excelled in multiple sports, including handball, underwater fishing, judo, karate, basketball, tennis, table tennis, and rugby. As a handball goalkeeper for Sporting Clube de Portugal, Bessone Basto helped secure five consecutive national championships.

In underwater fishing, he was a multiple-time national champion and achieved podium finishes in European and world competitions. His accomplishments span over 1,500 medals and trophies across various sports.

 

With such a long and successful career in various sports, what do you consider to be the secret to your longevity in sports?

Being born almost dead with multiple complications, the main ones being dyslexia and motor difficulties. With the help of sports, I managed to become a normal person. It was a great victory at a time when no one knew much about dyslexia.


Having been one of the most versatile athletes in Portugal, competing in so many different sports, how did you manage to balance dedication and training in each one?

Since I couldn’t study due to the mental challenges I had, I threw myself into sports. I trained 4 to 5 times more than a child my age, and by the time I was 8, I swam across the Tagus River—3 kilometers, which was unimaginable at the time, with very cold temperatures, without a wetsuit or goggles.

 

What was the biggest challenge you faced throughout your career, and how did you overcome it?

The biggest challenge was proving to my parents and to society, who didn’t believe in my recovery, that one day I would be a normal child.

But I worked so hard that I became a champion in sports and in my professional life, excelling in everything I took on.

 

Looking back at your journey, what was the most defining moment of your sports career? And what still motivates you to stay so involved in sports?

Looking back, I feel that I achieved my success by taking the longest path. I never used banned substances and was educated by a Japanese man named Dr. Yokochi, who helped me develop a strong mind, which still allows me to plan long-term projects with no end in sight. I should also mention that I am currently 79 years old.

 

The Intersection of Sports Career and Mental Health

 

Throughout your long career, what were the biggest challenges you faced regarding mental health, and how did you overcome them?

I felt frustrated that I couldn’t be like the other children, but little by little, I began to realize that by repeating things many times, I could become different, yet just like them.

 

Do you believe psychological support and mental health work are crucial for the success and longevity of an athlete? How can we improve this support in clubs and federations?

During my time, mental health was not even discussed. Today, an athlete without mental health support can’t endure certain moments they face during daily training and competition.

 

As President of Sport Algés e Dafundo, what role do you see for sports institutions in supporting athletes’ mental health?

As an Olympic athlete and President of Sport Algés e Dafundo, with the experience I’ve gained, I can confidently say that without good mental health support from clubs, coaches, parents, family members, etc., we run the risk of many athletes degenerating at the end of their careers, potentially leading to suicide. It has already happened.

 

What advice would you give to athletes facing mental health challenges today, especially those aspiring to have a long and diverse career like yours?

Mental health is essential for every human being, but in competitive sports, without it, achieving the goals we set for ourselves is impossible. Always seek help from a good professional in this field.




 

 

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